Rio de Janeiro, 16 de Setembro de 2025

Assessor de Temer cai em contradição durante depoimento aos federais

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Sábado, 13 de Janeiro de 2018 às 15:54, por: CdB

O inquérito sobre o decreto dos portos, em que Rocha Loures segue investigado, é o único ainda aberto com Temer como principal suspeito.

 

Por Redação - de Brasília

 

Ex-assessor direto do presidente de facto, Michel Temer; que cumpre prisão domiciliar enquanto é Investigada sob suspeita de favorecer a empresa Rodrimar, Rodrigo Rocha Loures integrou um grupo criado para discutir as novas normas que foram benéficas para o setor portuário. O fato muda os rumos do processo. Ao contrário do que foi apurado, Loures disse, em depoimento à Polícia Federal (PF), prestado em novembro passado, que as empresas "imaginavam" nele um interlocutor do governo para o assunto. Mas isso "não era verdadeiro".

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Loures era cúmplice de Temer em um esquema de propina, segundo delação de Joesley Batista

Em junho do ano passado, no início das apurações, após a delação da JBS; o executivo da Rodrimar, investigado no processo, Ricardo Mesquita, disse à PF que Loures era "um importante interlocutor" dos interesses do setor portuário; durante as tratativas sobre o decreto. A diferença entre as declarações da Rodrimar e de Mesquita e o depoimento de Loures levanta suspeitas de que o ex-assessor esteja minimizando sua participação na tramitação do texto.

O inquérito sobre o decreto dos portos é o único ainda aberto com Temer como principal suspeito.

Lei dos portos

Empresa, executivo e ex-assessor, no entanto, foram unânimes em afirmar que seus contatos foram institucionais. Dizem, ainda, que não houve pagamentos de propina. O decreto assinado por Temer ampliou de 25 para 35 anos os prazos de contratos de concessão e arrendamento de áreas nos portos, com possibilidade de prorrogação até 70 anos.

A Rodrimar opera em duas áreas no porto de Santos (SP), antigo feudo de Temer, e em tese seria beneficiada em uma delas, assim como outras companhias.

Em seu depoimento, Loures relatou que conheceu representantes do setor; incluindo Mesquita, em 2013, "por ocasião da discussão da lei dos portos". Loures disse que, após 2013, "somente veio a tomar conhecimento da matéria (do decreto dos portos) em 2017; com a chegada da minuta do decreto na Casa Civil, enviada pelo Ministério dos Transportes".

Outro tom

A Rodrimar, por sua vez, afirmou a um dos diários conservadores paulistanos que "Rodrigo Rocha Loures participou do grupo criado pelo governo para discutir o decreto dos portos; desde quando era assessor da Presidência da República".

Procurada, novamente, a empresa mudou o tom. Disse a jornalistas "que não tem nada a declarar sobre o grupo formado pelo governo; e que tudo está sendo apurado no âmbito do inquérito".

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