A se julgar pelas palavras do presidente Eduardo Duhalde, de que o interesse nacional argentino é o que importa, e pela proposta do titular do recém-criado Ministério da Produção, o empresário José de Mendiguren, a economia argentina vai viver uma fase de protecionismo. Empossado ontem à tarde, Mendiguren já fez circular no Gabinete uma proposta em que defende restrições às importações argentinas, com o intuito de criar empregos. Para não ferir as regras de livre comércio da Organização Mundial de Comércio (OMC), Mendiguren defende, segundo o jornal Clarin, que o governo declare a indústria argentina em situação de emergência. Embora não tenha se referido diretamente ao Brasil, um dos principais parceiros comerciais da Argentina por conta do Mercosul, a posição de Mendiguren não é bem vista pela Câmara de Comércio Argentino-Brasileira. O presidente da entidade, o também empresário Jorge Rodriguez Aparicio, disse que a declaração não entusiasma nem a exportadores nem a importadores. "Essa proposta leva a Argentina de volta aos anos 50 e 60, quando o país era fechado ao mundo", justificou. Aparicio também afirmou que Mendiguren, que até o dia 1º de janeiro era presidente da nacionalista União Industrial Argentina (UIA), "é bastante chegado a declarações de efeito para os meios de comunicação. É preciso ver que a designação do novo Gabinete tem um sentido bastante político", afirmou o empresário, também Tesoureiro do Forum de Líderes do Mercosul.
Argentina deve fechar economia
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Sexta, 04 de Janeiro de 2002 às 22:22, por: CdB