Parcela do PT e partidos que integram o campo das esquerdas não aprovam diálogo com PMDB de Renan.
Por Redação - de Brasília
O avanço nas negociações entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e o governo do Estado de Alagoas, de Renan Filho (PMDB) tem gerado uma discussão na base da legenda. Nas sedes regionais da agremiação partidária, em todo o país, e nas redes sociais, a retomada da aliança entre PT e PMDB foi alvo de críticas acaloradas por parte de setores mais à esquerda.
Na noite passada, a direção executiva do PT em Alagoas se reuniu e deliberou pelo início oficial das negociações com o governador Renan Filho (PMDB). O objetivo será a volta à base de apoio do peemedebista. A conversa, porém, será tensa. Apenas a tendência interna Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no Estado, manifestou-se favoravelmente à decisão.
As outras quatro correntes internas, segundo apurou o Correio do Brasil, nesta quarta-feira, tendem a não indicar nomes para os cargos que o partido venha a obter se as negociações concluirem pela volta ao governo estadual.
Conversa
Presidente estadual do PT, Ricardo Barbosa, no entanto, prefere não polemizar quanto ao pronunciamento das tendências internas da legenda.
— Não cabe mais tratar das alas do PT que são contra ou favor (reingresso na base de Renan Filho). O PT preserva bastante sua democracia interna e essa decisão foi tomada no âmbito da executiva estadual com Ad Referendum da direção estadual, que será reunida para votar o que ficar resolvido nas negociações com o governo — disse Ricardo Barbosa, a jornalistas.
O início formal das negociações estavam marcadas para esta tarde. A conversa, porém, começou em Maio último. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o senador Renan Calheiros, pai do governador, reuniram-se no Estado; durante visita do líder petista.
Afagos
A possível aliança também foi bombardeada por outros partidos do campo das esquerdas. Para o jornalista Gilberto Maringoni (PSOL-SP), a retomada do acordo entre PT e PMDB soma-se a outros pontos difíceis de serem negociados.
“Defesa da cobrança de mensalidade nas universidades públicas, perdão aos golpistas, afagos ao PMDB e ambiguidade em toda linha. Difícil manter a amizade”, escreveu Maringoni, em uma rede social.
Antes de o PT deixar a base do governo Renan Filho, em setembro de 2016, após a votação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado, o partido ocupou as secretarias do Trabalho e Emprego e Assistência Social.