Rio de Janeiro, 25 de Junho de 2025

Antes mesmo de concorrer à reeleição, Bolsonaro já fala em ‘fraude’

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Segunda, 16 de Novembro de 2020 às 14:31, por: CdB

Ainda que nenhum Tribunal Regional Eleitoral (TRE) tenha registrado o menor indício de fraude ou algo parecido, nas eleições municipais deste domingo, o inquilino do Palácio do Alvorada disse a apoiadores, no caminho para o Planalto, que o país precisa “de um sistema de apuração que não deixe dúvidas”.

Por Redação - de Brasília
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ainda não é candidato à reeleição, em 2022, mas já prepara terreno — a exemplo de seu guru, o mandatário norte-americano Donald Trump — para questionar uma eventual e cada vez mais provável derrota nas urnas. Nesta segunda-feira, apenas algumas horas depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciar o resultado das eleições municipais nas maiores cidades do país, Bolsonaro voltou a questionar a confiabilidade das urnas eletrônicas e do sistema de votação brasileiro.
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Bolsonaro desconversa quando perguntado sobre as provas de que teria ganhado a eleição, em 2018, no primeiro turno
Ainda que nenhum Tribunal Regional Eleitoral (TRE) tenha registrado o menor indício de fraude ou algo parecido, nas eleições municipais deste domingo, o inquilino do Palácio do Alvorada disse a apoiadores, no caminho para o Planalto, que o país precisa “de um sistema de apuração que não deixe dúvidas”. Ele não reclamou, no entanto, do número de votos obtido por seu segundo filho Carlos, o ’02’, que manteve a cadeira na Câmara Municipal do Rio de Janeiro com expressiva margem de votos. — Tem que ser confiável e rápido. Não deixar margem para dúvidas — duvidou, acrescentando que apenas o Brasil usa urnas eletrônicas, o que também é uma notícia falsa.

Hipótese

Ainda no domingo, depois de um atraso no sistema de totalização dos dados do TSE, somado a resultados desfavoráveis à extrema-direita em praticamente todos os Estados brasileiros, os seguidores do mandatário neofascista passaram a questionar o sistema eleitoral nas redes sociais. Fiel seguidora do líder de ultradireita, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) entrou para o coro dos descontentes em uma mensagem deixada no Twitter, em que também falou na hipótese de fraude. “O que houve com os conservadores? Erramos, nos pulverizamos ou sofremos uma fraude monumental”, escreveu Zambelli. Essa, no entanto, não é a primeira vez que Bolsonaro e seus seguidores criticam as urnas eleitrônicas. Em março deste ano, durante uma viagem a Miami, no Estado norte-americano da Flórida, a convite de Trump, ele garantiu que teria provas de que vencera a eleição de 2018 no primeiro turno, sem nunca apresentá-las. Questionado quanto à veracidade da informação, Bolsonaro desconversa e muda de assunto. — Se não tivemos uma forma confiável de apurar as eleições a dúvida sempre vai permanecer. No meu caso eu estou sempre ouvindo a população e eles querem um sistema de apuração que possa demorar um pouco mais, não tem problema, mas que seja garantido que o voto que essa pessoa deu vá para aquela pessoa realmente de fato — resumiu.
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