Merkel, reeleita para um quarto mandato no domingo, mas enfraquecida pela ascensão de uma oposição eurocética, conversou com Macron durante meia hora
Por Redação, com Reuters - de Tallinn:
O presidente da França, Emmanuel Macron, recebeu o apoio da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, a seus planos para reformar a União Europeia após a saída do Reino Unido do bloco, com base no que a líder alemã classificou como uma cooperação “intensa” entre Paris e Berlim.
Mas, durante um jantar de líderes da UE na Estônia que antecedeu uma cúpula formal que começa nesta sexta-feira; alguns líderes pareceram desconfiados das ideias ambiciosas do novo presidente francês; delineadas em um discurso feito na Universidade de Sorbonne na terça-feira, para aprofundar a integração do bloco.
Merkel, reeleita para um quarto mandato no domingo, mas enfraquecida pela ascensão de uma oposição eurocética; conversou com Macron durante meia hora antes do jantar e; de acordo com um assessor francês, acolheu seu discurso, que considerou “visionário”, e a volta da cofundadora França como força propulsora do projeto da UE.
Mas ela também ressaltou diferenças. Alguns de seus parceiros de coalizão em potencial; além de governos do norte europeu com o holandês e o finlandês; estão muito reticentes com suas sugestões para congregar os orçamentos com Estados do sul menos austeros.
– No que diz respeito às propostas, houve um nível alto de concordância entre Alemanha e França. Ainda precisamos debater os detalhes, mas tenho a firme convicção de que a Europa não pode simplesmente ficar parada. Mas que deve continuar a se desenvolver – disse Merkel.
Autoridades francesas
Autoridades francesas disseram que Macron, que contaram ter voltado a conversar com Merkel longamente após o jantar de fim de noite; não está tentando impor suas ideias, mas mostrar a outros que elas são de interesse comum; e reconheceram que alguns precisam de tempo para refletir.
– A ideia não é forçar as pessoas a darem uma resposta binária. A França não pode forçar as coisas – disse uma delas, acrescentando que Paris espera que os líderes consigam acertar uma maneira de trabalhar nas propostas nas próximas semanas; antes de uma cúpula de outubro em Bruxelas.
– O jantar – disse um assessor de Macron, “foi uma chance de compartilhar mais o projeto Sorbonne... as coisas estão caminhando”.
Mas na prática o líder francês enfrenta o ceticismo de líderes receosos de sua defesa de “horizontes” ambiciosos para o continente. O presidente pragmático da Lituânia, Dalia Grybauskaite, tuitou durante o jantar: “Horizontes europeus traçados. Importante evitar miragens no deserto pelo caminho”.