O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse na manhã desta quinta-feira, que a Bolívia deverá obter um tratamento diferenciado nas relações comerciais com os outros países membros do Mercosul, caso ratifique sua intenção de ingressar no bloco. A economia boliviana, acrescentou, em entrevista ao telejornal Bom Dia Brasil, da TV Globo, é muito menor que a brasileira e, portanto, deve ser tratada dessa forma.
- A América do Sul, em especial o Brasil, tem que procurar, sim, oferecer possibilidades alternativas à Bolívia, sem estar fazendo exigências que sejam desnecessárias. O PIB [Produto Interno Bruto] per capita da Bolívia equivale a um quinto do brasileiro. É um país que depende, exclusivamente, de recursos naturais - defendeu.
Em entrevista coletiva na noite desta quarta, o secretário de Relações Internacionais da Argentina, Alfredo Chiaradia, disse que tanto a Bolívia quanto o Equador têm direito a pleitear o ingresso no Mercosul. Mas, segundo ele, todos os membros do bloco devem discutir a entrada desses países e a negociação sobre a oferta de condições especiais no comércio com outras nações.
Sem fronteiras
Maior liberdade para circulação de pessoas nas fronteiras e ensino de português e espanhol nas escolas dos países-membros do Mercosul são alguns dos temas que estão na pauta do Fórum de Governadores e Prefeitos do bloco econômico, realizado no mesmo local do encontro de cúpula do bloco. A informação é de Alberto Kleiman, um dos coordenadores do fórum, criado em 2004 para ser um órgão permanente da estrutura do Mercosul, mas que só será instalado durante a 32ª Reunião de Cúpula que se realiza até a tarde desta sexta-feira, no Rio.
O objetivo do fórum, explicou, é aproximar as demandas de governadores e prefeitos dos governos federais dos países do bloco.
- Uma das pautas com prioridade política e demandas é o tema das fronteiras: a integração física, a integração das pessoas e maior liberdade de trânsito - enfim, a cidadania na região - disse.
Outra demana, segundo Kleiman, é a consolidação do bilingüismo.
- Um esforço importante já vem acontecendo no sistema de integração educacional. Mas o desejo é que isso se expresse, por exemplo, nas escolas: que nós falemos o espanhol e que nossos vizinhos falem português. Isso seria um motor propulsor fantástico da integração - acrescentou.
Além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, participaram da implantação do fórum permanente governadores de nove Estados e representantes de quatro associações de prefeitos brasileiros. Também comparecerão à solenidade autoridades estaduais e municipais dos outros quatro países que compõem o Mercosul: Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela.
Criado em 2004, o Foro Consultivo permite a participação direta dos governos estaduais e municipais na estrutura institucional do bloco econômico. A criação do Foro foi decidida na Cúpula de Ouro Preto, em dezembro de 2004. Ele é composto por dois comitês: dos municípios e dos Estados. Cada comitê tem 18 representantes de cada país-membro. A representação brasileira é constituída por presidentes de associações nacionais de municípios e prefeitos, no total de nove pessoas, e por nove governadores. O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, acompanha o presidente.
Pouco antes da instalação do Foro, Lula reuniu-se com o governador do Rio, Sérgio Cabral, no Palácio Laranjeiras. No encontro, foi assinado contrato entre a União e o governo do Estado, para liberação de recursos destinados à execução de obras de infra-estrutura na comunidade da Rocinha, em São Conrado.
Homenagem
Presidente da Venezuela, Hugo Chávez recebeu, na manhã desta quinta-feira, na Assembléia Legislativa do Rio, a Medalha Tiradentes. A homenagem foi proposta pelo deputado Paulo Ramos, líder do PDT na Assembléia, por oc