Rio de Janeiro, 14 de Setembro de 2025

Advogados de Assange processam CIA por espionagem

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Terça, 16 de Agosto de 2022 às 10:31, por: CdB

De acordo com o processo, a empresa UC Global implantou microfones e câmeras escondidas para espionar Asssange e suas visitas, assim como sistematicamente copiou os dados de celulares e computadores de quem o visitava durante seu período refugiado na embaixada.

Por Redação, com Brasil de Fato - de Nova York

Duas advogadas do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, e dois jornalistas estão processando a CIA ( serviço secreto dos EUA), seu ex-diretor Mike Pompeo, a empresa UC Global e seu CEO David Morales. O processo foi protocolado na segunda-feira no distrito de Nova York e afirma que as advogadas e os jornalistas tiveram suas conversas com Assange gravadas e dados extraídos de seus celulares durante encontro na embaixada do Equador em Londres.
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Fundador do WikiLeaks, Julian Assange
De acordo com o processo, a empresa UC Global implantou microfones e câmeras escondidas para espionar Asssange e suas visitas, assim como sistematicamente copiou os dados de celulares e computadores de quem o visitava durante seu período refugiado na embaixada. Ainda de acordo com o processo, que pode ser consultado na íntegra neste link, a UC Global realizou a operação de espionagem entre janeiro de 2017 e abril de 2018, após aprovação de Pompeo, e os dados coletados eram repassados para a CIA. A ação legal afirma que essas práticas violaram o direito constitucional à proteção de conversas confidenciais. Um dos advogados do processo, Robert Boyle, afirmou à imprensa que o caso demonstra que o direito à defesa de Assange "foi manchado, ou até destruído".

Documentos confidenciais

Pompeo foi diretor da CIA durante a gestão do então presidente Donald Trump. Reportagem do Yahoo News publicada em 2021 afirmou que a agência de espionagem dos EUA chegou a preparar planos para sequestrar e assassinar Assange por vingança pela divulgação de documentos confidenciais. Assange está na prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres, e o Reino Unido autorizou sua extradição para os Estados Unidos, onde pode ser condenado a até 175 anos de prisão. A Casa Branca usa lei contra a espionagem datada da Primeira Guerra Mundial para processar o jornalista pela publicação de documentos e informações sigilosos que revelaram possíveis crimes de guerra dos Estados Unidos em suas invasões no Iraque e no Afeganistão. O pedido de extradição foi inicialmente apresentado pelo governo de Trump e continua com o democrata Joe Biden.
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